O mercado hoje, é movido por meio de tendências, a moda, a alimentação e outros segmentos seguem a mesma linha, sendo assim, o setor do RH e gestão de pessoas, não está de fora dessa. Pensando nessa linha, a bola da vez nesse ramo é o People Analytics. Essa metodologia é uma maneira mais assertiva de tomada de decisão, através da coleta e análise de dados, saindo da intuição, do subjetivo e focando nos dados, no concreto, no objetivo. Na rotina do RH as perguntas são constantes sobre os funcionários, tanto os velhos, quanto os novos, os quais entram pelo processo seletivo de vocês.
Para auxiliar a sanar as dúvidas de maneira mais rápida, o People Analytics vem com a proposta de analisar dados e proporcionar, por exemplo, a melhor maneira de desenvolver um treinamento ou um projeto, qual meio é o mais assertivo para elaborar e trabalhar com uma determinada equipe ou até como criar um cronograma, uma rotina de metas para um grupo ou um indivíduo.
Poxa, muito bacana essa ideia, mas como essa metodologia com nome estrangeiro vai fazer tudo isso ai? É mágica? Ladainha? É fake news?
Não, não, não… É verdade esse bilhete e estarei passando passos para aplicar isso no seu negócio. Mas antes, não adianta jogar os passos sem explicar um pouco mais sobre o assunto.
O que é People Analytics?
Segundo o CEO da Humanyze e especialista no tema, Ben Waber “Quando usamos dados para entender os comportamentos dentro do ambiente de trabalho que tornam as pessoas eficientes, felizes, criativas, especialistas, líderes, seguidores, enfim, estamos usando People Analytics.”, ou seja, coletam-se dados, analisa-se e organiza para que possibilite reconhecer os motivos do problema proposto.
O People Analytics dará uso ao Big Data, o qual recolhe e armazena informações vindas de diversos locais, sendo elas estruturadas ou não. Fazendo uma comparação com o dia a dia, o Big Data é os ingredientes e o People Analytics a batedeira, ou seja, temos uma ferramenta que utiliza como matéria prima os dados que foram obtidos e guardados pelo Big Data, dando sentido ao analisá-lo e cruzá-lo para obter tomadas de decisões efetivas.
Seguindo o ponto de que o People Analytics é o Big Data Analytics voltado a gestão de pessoas, podemos elencá-lo em 4 tipos:
1. Análise Diagnóstica (o que aconteceu?)
2. Análise Descritiva (o que está acontecendo?)
3. Análise Preditiva (o que vai acontecer?)
4. Análise Prescritiva (o que pode acontecer se tal medida for tomada?)
Para verificar de maneira mais visual temos o gráfico que nos mostra no eixo X o grau de complexidade atrelado a informação analisada, a qual é comparada com base no objetivo estudado. No eixo Y mostramos o impacto, ou seja, o valor que aquela informação irá gerar.
Sendo assim, sabemos que, para obter predições teremos um volume maior de informações a serem avaliadas, aumentando a dificuldade e gerando uma maior influência na empresa.
Por que implementá-lo em sua empresa?
Se você acredita que as suas atividades não serão mais necessárias se a sua empresa iniciar a utilização dessa ferramenta, você está parcialmente enganado. O seu conhecimento, seu feeling, será extremamente importante na obtenção de dados a serem analisados, você só não terá que examiná-los como antigamente. Pense nas entrevistas de
um processo seletivo, onde são feitas perguntas, um pouco aleatórias e com base na compreensão do conjunto de respostas, a decisão é feita. Não seria mais fácil utilizar perguntas direcionadas aos objetivos certos, um conjunto de questões iguais para todos os candidatos, trazendo um padrão de respostas, mostrando quais os comportamentos que se enquadram mais ao perfil buscado?
Esse é um dos papéis que o People Analytics pode fazer. Apontar os candidatos mais enquadrados a vaga, a ferramenta aumentará a eficiência da área e reduzirá custos com uma contratação incorreta. A metodologia será como um membro para a equipe do RH, pois os funcionários e ele, serão os integrantes de um grupo de gestão de pessoas incrível para a empresa.
A análise preditiva nos traz também, o que motiva uma pessoa ou um grupo. Entender como os colaboradores da sua empresa se engajam é uma excelente maneira de aumentar a produtividade, por exemplo, podendo também acompanhar o rendimento, apresentando maneiras de impulsioná-lo.
Como implementar?
Super legal a questão de transformar a gestão de pessoas voltada a mais dados do que suposições, mas como eu faço isso?
Bom, vou apresentar algumas etapas para te guiar nesse objetivo:
1. Determinar um objetivo
Inicialmente, crie prioridades. Defina qual o maior problema a ser enfrentado atualmente. Se for maneiras de melhorar os seus serviços, pode ser que um problema seja a elaboração de sua equipe, podendo aplicar a ferramenta nesse caso.
Na nossa empresa, um problema que gostaríamos de sanar era a falta de engajamento para serem realizados os projetos e as atividades cotidianas das áreas. A falta de motivação nos acarretava inúmeras falhas, como a entrega de um projeto no nível bom (buscamos sempre o nível UAU), a falta de clientes, pois a área de vendas não tinha gás para prospectar pela venda ativa e até mesmo na conexão entre os membros, já que alguns trabalhavam e outros só apresentavam o mínimo necessário.
2. Coleta de dados
Tendo um problema definido, reflita quais dados você já possui e quais acredita necessitar. As informações podem ser coletadas de diversas fontes e maneiras, como de redes sociais, de pessoas que convivem com ela, de sites e e-mails ou conversando diretamente com ela.
Para sanar o nosso gargalo, a falta de engajamento, nós aplicamos duas ferramenta, o feedback 360° e o ninebox. No primeiro nós fazíamos uma série de perguntas para entender como é a vivência no ambiente de trabalho, desde atividades até convivência empresarial, com isso coletamos os dados necessários para efetuar o ninebox, o qual explicarei na próxima etapa.
3. Análise das informações
Nessa etapa obtemos os insights necessários para as mudanças desejadas. Nem sempre será simples examinar todas as informações obtidas, por isso pode ser que uma outra ferramenta se faça necessária, dependendo da quantidade e da complexidade de seus dados.
Defina métricas para separar os dados relevantes e os desnecessários, direcionando a avaliação. Correlacione o obtido para ser capaz de traçar planos de ações assertivos por meio da influência de uma informação sobre outra. Se você sabe que para fazer parte da sua empresa é necessário empatia, numa etapa do processo seletivo pode-se buscar essa característica com dinâmicas que peçam para contar um segredo de outra pessoa como se fosse seu, justificando-o, por exemplo.
Para a nossa empresa analisar os dados recebidos pelo feedback 360°, nós quantificamos as resposta e colocamos no ninebox uma tabela de 9 quadrantes, em que ocorre a correlação linear entre a produtividade e a cultura de cada membro. Com isso tiramos algumas informações para trazer mais motivação ao ambiente da empresa.
4. Elabore projeções
Esse é o passo que parece mais estranho, o de prever o futuro. Nele você estará impedindo que o erro se repita, aplicando mudanças. Seguindo o exemplo do passo 1, o de falhar na formação de uma equipe, você poderá, com os insights obtidos, criar times mais assertivos. Às vezes o problema estava em colocar duas pessoas com um perfil dominante, obtido efetuando o teste DISC, em uma mesma equipe.
Após conseguirmos as informações finais, obtemos insights para, enfim, tratar o nosso problema citado na etapa 1 (a motivação). Para não te deixar a curiosidade tomar conta de você, vou contar… Nós criamos a gamificação, onde os membros possuem determinadas tarefas cobradas semanalmente pelo diretor da área. Essa mudança nos trouxe mais compreensão de como estavam as atividades dos nossos colaboradores, mas não paramos por aí. Todo o ano criamos metas para serem alcançadas e as elencamos quantitativamente, sendo possível um melhor acompanhamento do seu andamento. Assim que alcançamos uma determinada quantidade do nosso objetivo, presenteamos a nossa empresa com mimos, podendo ser uma camiseta, capacitação e jantares com todos os membros.
Essas 4 etapas poderão prever tendências, descobrir lacunas, maneiras de fechá-las, encontrar as forças que movem o seu negócio e muito mais. Evitando ter de apagar incêndios catastróficos por não saber que o comportamento humano era previsível. Potencialize seus resultados, como a nossa empresa, utilizando essa ferramenta de alto
impacto.
AUTORA- ÁGATHA SOARES – Assessora da Interna