Como ter um Bom Controle Financeiro

A importância do Controle Financeiro

O lucro e os gastos são duas das coisas mais importantes para se avaliar em uma empresa, tanto para procurar onde cortar os gastos como também para compreender o processo de geração de lucro para criação de um novo negócio. Entretanto, no dia a dia das corporações acaba sendo complexo o acompanhamento de todas as transações. Para sua empresa se destacar frente a concorrência e manter uma boa saúde financeira é de extrema importância que haja um bom controle financeiro e que os gestores consigam visualizar facilmente quanto é gerado de lucro e para onde vão os gastos da companhia.

Nesse sentido, os demonstrativos financeiros são instrumentos utilizados para facilitar o controle das finanças e auxiliar na visualização de como funcionam as operações das empresas. Dentro do demonstrativos financeiro podemos separar em três principais demonstrativos o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), o Balanço Patrimonial (BP) e o Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC).

Demonstrativo do Resultado do Exercício

Dentre os três supracitados o DRE tende a ser o documento que apresenta maior relevância pois evidencia como a receita gerada pela empresa se transforma em lucro. Para melhor compreensão é possível comparar o documento a um “filme” que mostra o que ocorre com a receita. No primeiro momento apresenta-se a entrada da receita, e com a leitura do DRE vai se realizando as deduções, como uma conta de subtração, até finalmente chegar ao lucro líquido:

  • (=) Receita Bruta de Vendas
    o (-) Imposto sobre as vendas
  •  (=) Receita Líquida
    o (-) Custo dos produtos/ serviços vendidos
  • (=) Lucro Bruto
    o (-) Despesas gerais e administrativas
  • (=) Lucro operacional (LAJIR ou EBIT)
    o (+/-) Despesas/Receitas financeiro
  • (=) Lucro antes do IR (LAIR)
    o (-) Imposto de Renda e CSLL
  • (=) Lucro líquido

Em especial o Demonstrativo de Resultado do Exercício é estruturado a partir do regime de competência. Dessa forma as receitas são computadas no período de exercício que se computou a venda, e não necessariamente quando houve entrada de capital no caixa. Por exemplo, a empresa X vendeu no primeiro trimestre R$5.000 em produtos, e possibilitou o pagamento em 12 vezes sem juros aos seus clientes. Apesar dos R$5.000 só entrarem completamente no caixa daqui a 12 meses, a receita desses produtos vendidos, bem como os gastos para fabricação desses produtos, é computada na DRE do primeiro trimestre.

Vale destacar também a diferença entre gastos, custo e despesa. Gastos são todas as subtrações que ocorrem no caixa da empresa, enquanto custos se referem a linha produtiva, ou seja, a gastos relacionados com a produção ou confecção do produto. Finalmente, as despesas representam então os gastos que não são referentes diretamente à linha de produção, como despesas com campanhas de marketing e o pagamento de funcionários.

Existem ainda duas terminologias usadas para estudar o DRE: “Bottom Line” e “Top Line”

Uma visão do “Top Line”

Geralmente é usado para se referir às primeiras linhas do demonstrativo, ou seja, quanto a empresa está conseguindo arrecadar de dinheiro. Normalmente uma análise do “Top Line” contempla a receita e até o lucro bruto e é muito usada para análise de empresas que estão em crescimento. Visto que esses tipos de companhias ainda não geram muito lucro ou estão em prejuízo contábil devido ao investimento na expansão das operações acarretando maiores gastos.

Uma visão do “Bottom Line”

Contempla principalmente o Lucro Líquido. Essa lente de análise é mais comumente aplicada para analisar empresas já estruturadas em que o foco é manter ou aumentar o seu lucro. Entretanto, nenhuma das duas regiões do DRE são excludentes, é sempre necessário compreender de maneira holística a empresa e seus resultados.

Dessa forma, com a leitura desse demonstrativo é possível constatar quanto a empresa gerou de lucro diante dos produtos ou serviços vendidos em determinado período de tempo – desconsiderando o tempo para essa receita entrar no caixa – além de constatar como os gastos impactam na receita. Todos esses dados permitem ainda criar indicadores importantes para um gestor, como Margem bruta (Lucro Bruto / Receita Bruta), Margem EBIT (LAJIR ou EBIT / Receita Bruta) e Margem Líquida (Lucro Líquido / Receita Bruta).

Balanço Patrimonial

O Balanço patrimonial diferente da DRE, pode ser comparada a uma foto. Um panorama geral de tudo o que a empresa possui no último dia do exercício. Ele é basicamente estruturado em três grandes divisões: Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido.

Ativos:

São todos os bens e direitos que a companhia possui, como caixa e contas a receber, por exemplo. Dentro ainda do ativo é possível separar os ativos quanto a sua liquidez, ou seja, quanto a sua capacidade em se transformar em dinheiro. Existem os ativos circulantes, têm a possibilidade de se transformar em capital no período menor do que um ano, e existem os ativos não circulantes, com menor liquidez e uma possibilidade de se transformar em capital no período maior de um ano.

Passivos:

Por outro lado, são obrigações e deveres contra terceiros, como contas a pagar para fornecedores e dívidas, por exemplo. De maneira semelhante ao ativo, existem ainda o passivo circulante e o passivo não circulante. Circulante se referindo a prazos de vencimento inferiores a um ano e não circulante referentes a prazos maiores de um ano.

Patrimônio líquido:

É a diferença entre os ativos e os passivos (Ativos – Passivos). Dentro dessa categoria ainda temos o capital social, quanto que foi aportado na empresa pelos sócios, e ainda há a reserva de lucros, quanto que foi retirado dos lucros e transformado ou não em investimentos.

Vale ressaltar que para cada valor dentro de ativo como dentro do ativo é necessário uma contra parte em alguma das outras categorias para a que a conta do balanço patrimonial (Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido) permanece verdadeira. Exemplificando, se temos um caixa de R$1.500 então é necessário a existência no patrimônio líquido uma contra parte ou sendo uma reserva de lucros de R$1.500 ou um capital social de R$1.500 que explique a existência de R$1.500 no caixa da empresa.

O Balanço patrimonial evidencia principalmente a saúde financeira da empresa, mostrando quanto que os sócios possuem e quanto há de obrigações contra terceiros. É necessário sempre manter uma boa saúde do financeiro para que as dívidas se mantenham controladas. Desse documento é possível ainda levantar importantes indicadores como Ativo / Passivo e Dívida Líquida (Dívida Bruta – Caixa) / Patrimônio Líquido.

Demonstração de Fluxo de Caixa

A Demonstração de Fluxo de Caixa ou DFC pode ser segmentada em três outras categorias: Fluxo de Caixa de Operações, Fluxo de Caixa de Investimentos e Fluxo de Caixa de Financiamentos e pode ser vista também como um filme, exemplificando o que ocorreu durante o período em questão com o caixa da empresa.

Porém é necessário compreender que o DFC, diferente da DRE, é estruturado de acordo com o regime de caixa e não de competência. Ou seja, isso implica no valor o que entra e sai do caixa no período, não levando em conta os pagamentos futuros que ainda estão para entrar no caixa. Abordando o exemplo de anteriormente, na DRE: caso ocorra uma venda de R$5000,00 feita em 12 vezes, será compuado no fluxo de caixa do primeiro trimestre apenas as 3 primeiras parcelas que entraram no caixa da empresa.

Nesse sentido, é possível explicar o funcionamento dos diferentes tipos de Fluxo de Caixa:

O Fluxo de Caixa de Operações ou FCO

Refere-se a todo dinheiro que movimenta o caixa relacionado às operações da empresa. Ou seja, dinheiro proveniente da venda de produtos e/ou serviços, assim como pelo pagamento de custos e despesas relacionados à operação.

O Fluxo de Caixa de Investimentos ou FCI

Refere-se a todo dinheiro que movimenta o caixa relacionado à aquisição ou venda de ativos não circulantes como imóveis, softwares e equipamentos, por exemplo.

O Fluxo de Caixa de Financiamentos ou FCF

Refere-se a todo dinheiro que movimenta o caixa relacionado a operações do financeiro como juros recebidos, caixa proveniente de emissão de ações, dividendos e amortizações de dívidas, por exemplo.

Existem algumas maneiras de se calcular o DFC, a mais comumente usada é o chamado método indireto. Ele consiste na seguinte forma para cada tipo de fluxo de caixa:

  •  FCO:
    o + Lucro líquido
    o + Depreciação e Amortização
    o – Aumento dos ativos circulantes
    o + Redução de passivos circulantes
  • FCI:
    o + Vendas de imobilizado / investimentos
    o – Compra de imobilizados / investimentos
  • FCF:
    o + Emissão de ações e empréstimos
    o – Amortização dos empréstimos
    o – Dividendos

Portanto, este documento é de extrema importância para visualizar como está a geração de caixa da empresa no presente momento. Uma empresa não basta apresentar um bom lucro líquido, se ela não possuir um fluxo de caixa positivo isso pode acarretar diversos problemas e por fim impactar o lucro líquido.

Concluindo

Por fim, o demonstrativo financeiro representam ferramentas de controle e gerenciamento vital para qualquer negócio e cada um apresenta sua peculiaridade e seus pontos principais.

Faz se necessário que haja um bom controle de toda a operação para compreender como computar todas as informações necessárias para elaboração de todos esses documentos complexos. Muitos empreendedores ainda não conhecem a fundo seu negócio ou possuem apenas uma ideia embrionária a se desenvolver.

Caso você se enquadre em um desses casos e necessite de uma avaliação da sua empresa ou uma estruturação completa de um negócio, entre em contato com nossos especialistas. Aqui podemos te ajudar a encontrar a melhor maneira de solucionar essa situações que impeçam que diversas empresas prosperem e saiam da mesmice do mercado. Além de que oferecemos também uma ajuda para melhor estruturar o financeiro da sua empresa. Entre em contato!

Autor: Giancarlo Croppo

Giancarlo - Demonstrativo Financeiro

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